quarta-feira, 15 de abril de 2009

O primeiro emprego político a gente nunca esquece !

Por: Thomas Sastre

Para se governar com sabedoria, o bom pastor deve tosquiar, mas não esfolar as suas ovelhas. Não se destrói, em troca de resultados imediatos, aquilo que nos pode trazer maiores benefícios futuros. Diante de tanta mistificação que anda por aí hoje em dia, o que o município de Armação dos Búzios precisa é que as pessoas vejam a verdade e digam a verdade. Será que sempre a verdade de cada um é incompleta e distorcida até por interesses próprios? Ao que parece se formou um ambiente malsão que domina sobretudo o jogo miúdo ou graúdo dos interesses pessoais. Há hoje no município uma pequena parcela de espertos, a enganar uma larga maioria de ingênuos ou desinformados.
O filósofo Augusto Conte dizia que os vivos são cada vez mais governados pelos mortos. Mas o Barão de Itararé, humorista dos anos 30, corrigiu-o lembrando que os vivos são cada vez mais, governados pelos mais vivos. Do jeito que estão as coisas, a piada do barão tornou-se mais sábia que a observação do filósofo.
Búzios sofre muitos processos de mistificação. Há pessoas que mistificam as outras de forma deliberada e outras que mistificando ou deixando-se mistificar o fazem involuntariamente. O ambiente político é complexo, confuso e mutável e nele movem-se sacerdotes da oposição. Não só da oposição, da situação também. Vamos ser justos: Cada um considera única a sua verdade ou então entoa a ladainha de que o povo é o povo, é a oposição e nós é que estamos certos. É próprio da natureza humana que cada um, usando seus argumentos, tenha sempre como pano de fundo uma única preocupação contida numa frase: "E COMO É QUE EU FICO?".
O prefeito Mirinho Braga por sua experiência como profissional da política, sabe e entende muito bem o que realmente quer os cidadãos buzianos, reconhecendo que o caminho do diálogo é uma evolução, uma virada histórica. Não se pode governar trancado com decretos, pra o povo que está do lado de fora da porta, Há que abri-la com transparência, porque pra quem no o faz o povo ensina a abrir. Democracia é lei, e fora da lei é selvageria!
A falsidade de uma atitude política perante a sociedade pode criar uma nova espécie, e liquidar a outras espécies, reconhecer a inverdade como condição de vida é querer impugnar de maneira perigosa as idéias tradicionais. Infelizmente os governantes acabam-se perdendo nos labirintos das políticas partidárias matreiras, e nas delícias do “radical chique”.
O prefeito ao anunciar o retorno da Secretaria de Meio Ambiente independente, dá mais credibilidade, respeito e coerência a seu governo, já que vai precisar de um órgão executor que acompanhe a materialização das políticas por ele adotadas.
Moderno é pensar na cidade funcionando junto com o meio ambiente, sem agredi-lo e utilizando seus recursos para ganhar dinheiro. Porém a independência de cada Secretaria é fundamental para garantir que sejam consideradas as visões de cada uma.
Assim como é generoso com seus amigos o prefeito tem que ser com a sociedade esclarecida, que é o único caminho para manter sua credibilidade, e que se usem palavras distorcidas para esconder as verdades. Não esquecendo que a personalidade psicopata é muito freqüente nos governos. Diagnosticadas nos ambientes sociais que uma vez nomeado para algum cargo público, sobretudo, quando este está bem próximo do poder maior , em qualquer esfera, querem ser mais do que o próprio titular do referido poder, revelam-se por inteiro a doença e os sintomas mais freqüentes do psicopata, que são: poder ; status e diversão.Ao me referir ao termo psicopata, não emprego o termo como insulto de caráter moral, mas como um diagnóstico que pode ser diagnosticado por um psiquiatra, ou até mesmo pra observadores mais atentos.
O medo de perder dessa gente, esse apego ao poder, lembra a frase: “fora do poder não há salvação.” Mas acredito que pela forma do comportamento, todos eles acabarão falando sozinhos. Com o quadro político serenado, vai-se voltar a examinar as divergências existentes em busca de soluções para os impasses que desafiam o município, tais como credibilidade e saneamento básico.
Prestem muita atenção senhores políticos: o passado é a memória, o presente é a realidade e o futuro é ficção. Por isto temos que procurar entender que as negociações são inerentes à vida democrática. A conciliação é um objetivo que sempre se deve buscar, entretanto, pode camuflar artimanhas das mais sutis, mesmo que tudo se centre nos partidos ou na Câmara Municipal - o fórum mais adequado ao entendimento.
O essencial é estar preparado e idoneamente, com certo cuidado, afinal de contas é perigoso ser honesto. Separemos aquilo que visa o futuro da cidade daquilo que visa com esperteza os lucros imediatos e interesses pessoais.
Lembrando aos senhores que a prefeitura é uma empresa na qual o povo é o acionista principal e tem por lei e direito exigir seus dividendos.

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