domingo, 28 de junho de 2009

O MAIS TEMIDO REI DO BRASIL

Por - THOMAS SASTRE


O MAIS TEMIDO REI DO BRASIL



CHATÔ - Francisco Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (O MAIS TEMIDO REI DO BRASIL)

Todo ser humano nasce delinqüente. Em seus primeiros passos escuta-se a voz materna da repressão: não pode, solta isso, devolve, o bicho papão vai te pegar. Crescemos e aprendemos o significado da lei. Se os alicerces de nossa infância não está adequado a nossa educação, princípios éticos e morais. Continuaremos delinqüentes e futuros marginais no século XX surgiu um personagem protegido da policia dos políticos e do judiciário atendia pela alcunha de CHATÔ. Francisco Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Gangster, chantagista, crápula, escroque, patife, ladrão, tarado. Assim foi chamado por críticos e inimigos acumulados em toda sua vida. Possuía um império bilionário de comunicação adquiridos na base da chantagem. Dono de cem jornais, revistas, estações de rádios e televisão. Os diários associados. Fundador do MASP. Atuou na política, nos negócios como se fosse um cidadão acima do bem e do mal.

O BICHO FOI PARIDO

Nascido no dia dos animas e de São Francisco de assim em 04 de outubro de 1892. o lugar Umbuzeiro Paraíba. Em novembro de 1904 aos 12 anos deixa de ser analfabeto. Colecionador de mais de 400 artigos dos jornalistas polemista carioca Carlos de Laet ( ominardi da época ). Apresenta sua coleção como currículo e arruma o primeiro emprego no jornal GAZETA do norte. A moda na virada do século não era noticia, mais a polemica. Aproveitando-se da briga política do marechal Hermes da Fonseca com o diplomata Manoel de Oliveira Lima escreve seu primeiro artigo em defesa de Oliveira atacando o marechal. Como a impressa do norte era Heremistas e posto para fora do jornal. Sua estréia na polemica poderia abortar por falta de palco. Astutamente mandou imprimir em folhetos seu artigo e distribuiu de mão em mão. Em busca de uma polemica que o projeta-se nacionalmente entra na briga dos intelectuais: Machado de Assis x Critico Silvio Romero .Desta vez como redator do Diário de Pernambuco publica seu veneno.

INFILTRANDO-SE NO PODER

Formado em direito desembarca no Rio de Janeiro, em outubro de 1915. Os jornais Gazeta de Notícias e Época, publica um artigo de uma disputa em Recife pela cátedra num concurso público fraudado. Seu nome aparecia como vilão da história (Chatô). Se integra com os mais notáveis nome da política e inteligência do Rio de Janeiro. Recebido no Catete pelo presidente Venceslau Brás: Diz descaradamente que é vítima por simpatizar pelo governo do próprio. O telegrama de 8 de dezembro de 1915 exige a nomeação do Dr. Chateuabriand assinado Venceslau Brás. 3 de janeiro volta a Recife triunfante. O destino não daria tempo para decidir se continuava exercendo o direito ou o jornalismo. Decide voltar ao Rio aproveitando-se da fama precoce com 25 anos. Trabalhou como advogado, escrevia textos alfinetados até a madrugada. Sua única diversão era freqüentar em companhia do chinês Fu-Shi-Kai uma casa de fumantes de ópio na Lapa carioca. Indagado se era consumidor da droga asiática, explicava que não. Só curiosidade para ver o veneno sutil penetrar no cérebro dos consumidores e dourar-lhes a fisionomia com uma alegria ingênua de criança.

CULTO A SUA PERSONALIDADE

Integrado a refinada vida intelectual e política do Rio, estar longe de ser uma unanimidade entre os cariocas mantém a postura de meter-se em tudo para tirar algum partido. Massacrava quem o criticasse ou questionara. Ao saber que o escritor e jornalista Paulo Barreto – o João do Rio – movia uma campanha para que ele deixasse o Rio. Chato anunciou aos seus amigos que introduziria métodos paraibanos para acabar com a polêmica. Mandou trazer do Recife, uma víbora cascavel e enviou ao jornalista dentro de uma caixa de chapéus embrulhada para presente, com um amável cartão.
Armazenando os podres dos políticos para futuramente chantageá-los, fazendo intrigas entre empresários, forma seu sórdido capital. Foi presidente de uma companhia de seguros. Conhece o conde Pereira Carneiro, dono do Jornal do Brasil, e arruma emprego de editor. Acreditando que poderia ser imortal aos 27 anos, decide concorrer na vaga de Olavo Bilac na Academia Brasileira de Letras. Impedido por seus amigos da qual ainda era dependente, desiste dessa aventura. Viaja a Europa como correspondente do Correio da Manhã. A obsessão jornalística de transformar tudo em notícia é ridicularizado e acaba com a sua experiência de correspondente. Mal pos os pés do Rio, volta ao Jornal do Brasil e numa viagem a São Paulo, recebe uma chamada telefônica do homem mais rico do Brasil, o Conde Francisco Matarazzo. A partir de aí, nascia uma sólida e rendosa amizade que acabaria em ódio mortal.

CHANTAGENS E LARANJAS

Após os fracassos de tentar comprar seu próprio jornal, boicoteado pelo presidente Arthur Bernardes – o país em estado de sítio – após a revolta dos 18 do Forte (o tenentismo de 1922) não lhe resta outra saída se não apelar para os laranjas. Como os jornais eram sociedades anônimas, constituídas por ações ao portador, ou que permitiam dissimular quem eram os proprietários da empresa. Chato assume a direção do ’O Jornal’.
Seria o primeiro de uma cadeia de diários, que iam gerar filhotes por todo país.

EM BUSCA DO PODER

Vivendo a delicada situação de estar rompido com o governo, decidiu consolidar suas relações com as fatias restantes do poder. No periódico mantém a coluna de protestantismo, acopla uma católica, estimula a população a usar cheques. Um cafuné nos banqueiros. Copia reportagens científicas, faz campanha pela preservação dos monumentos, publica textos de Leon Trosky, as idéias de Benito Mussolini, ataca seus concorrentes. Dá ao jornal aparência gráfica de um diário oficial. Através do deputado Lindolfo Collor, é apresentado a outro deputado o Getúlio Dornelles Vargas: um casamento talhado a canivetadas. Para azucrinar seus inimigos publica as Aventuras da Coluna Prestes “O Fogoso Capitão Gaúcho”. Semana seguinte compara Prestes a Lampião, cangaceiro assassino e ladrão. Para alegria geral, um belo depósito bancário do governo, na conta do jornal. A partir desse episódio, Prestes passou a chama-lo do nauseabundo. Sabendo dos planos de Getúlio se integra a revolução dos 30. Vargas em troca bancaria a revista O Cruzeiro. Viaja ao sul para integrar a tropa de Getúlio e fardado entra no Rio para tomar o poder do presidente Washington Luis.

CHANTAGEM NA ERA DO RADIO E DA TELEVISÃO

Extorquindo empresas americanas, monta no Rio a Rádio “Tupi o Cacique do Ar”, inaugura em São Paulo a mais potente rádio da América Latina.
Desta vez passa a usar pseudônimo “Raposo Tavares – Macaco Elétrico”, ataca políticos, empresários. Familiarizado com os podres de Getúlio, o chatageia para mudar a lei, para ter o poder de sua filha Tereza. Getúlio, curva-se e baixa a lei Teresoca. Exilados dos países vizinhos, batem a porta do seu jornal. Gastão Bernardo deportado da Argentina pelo ditador Uriburo é o novo diagramador. Introduz os títulos contados que embelezava o visual do jornal. Acaba com a paginação de fotos, que mais parecia com uma coleção de selos impressos em papel ruim. Uma dupla imbatível é contratada na revista O Cruzeiro, David Nasser e Jean Masson. E o cartunista Péricles com o seu impagável “Amigo da Onça”. Antecipando a agonia da ditadura Vargas, se alia ao brigadeiro Eduardo Gomes e o general Dutra, traindo getúlio. Dando fim ao Estado Novo. Ao ver que Dutra nomeara seu desafeto ao ministério, ameaça a posição ao novo governo. Seu novo alvo seria a Coca-Cola, que acabara de ser implantada no Brasil. Passou a divulgar reportagens de análises bacteriológicos que condenavam o refrigerante. Bastou aparecer grandes anúncios da Coca-Cola em seus jornais, que passou a ser a bebida mais agradável dos brasileiros. Como a Europa estava destruída pela guerra, se aliou ao italiano Pietro Maria Bardi. Que passou a ser seu companheiro de piratarias. Arremata obras clássicas dos mestres da pintura com o dinheiro extorquido dos empresários. Na campanha presidencial de 1950. o retorno triunfal de Getúlio Vargas acompanhado de seu novo amigo, o jornalista Samuel Wainer. Em 18 de setembro é inaugurada a emissora dos Estúdios Tupi de Televisão. Como ninguém tinha televisão, compra no exterior 200 aparelhos contrabandeados e os distribuem entre empresários e políticos. Vargas financia o jornal “Última Hora” para Samuel Wainer. Chateaubriand se alia a Carlos Lacerda para destruir o caudilho. Um atentado na Rua Toneleros, em Copacabana mata um major Rubem Vaz. Tem o dedo do Catete. Getúlio anuncia que só sai do catete morto. Uma semana após, Getúlio se suicida, Chatô que já era senador pela Paraíba, apesar de nunca ter exercido o cargo, concorre a reeleição, e em rumo a Academia Brasileira de Letras, eleito, passa a ocupar a vaga de Getúlio Vargas.

DELIRIUS TREMULUS

Tendo João Goulart como vice-presidente, Juscelino Kubitschek, vence a eleição de 3 de outubro de 1955. Chato coloca os associados a favor da posse de JK em troca da embaixada do Brasil na Inglaterra. Apesar de JK se escapulir da promessa. Chato precisava ampliar sua rede de televisão, ao mesmo tempo a justiça americana o intima judicialmente obrigando-o a pagar uma dívida de 3 milhões de dólares. Só lhe resta extorquir JK. Lhe arranca 2 milhões de dólares, que vão direto ao banco credor. Juscelino para verse livre, cede e lhe dá o cargo de embaixador. A imprensa publica em manchete “um gangster vai representar o Brasil na Inglaterra”. A sua ruidosa passagem pela Inglaterra torna-se folclórica. Condecorou Winston Churchill com a comenda que acabara de criar “A Ordem do Jagunço”. A ordem constava de um chapéu de cangaceiro, um gibão de vaqueiro de couro cru. Mandou Churchill se ajoelhar e entregou um punhal de cabo de osso e uma rapadura. Volta ao Brasil e começa a conspirar com Carlos Lacerda, a derrubada de JK. Viaja a São Paulo e é recebido por uma manifestação da UNE, manda seus capangas abrir fogo nos estudantes. 27 de fevereiro de 1960, um trombose cerebral dupla o deixa em coma. Paralítico do pescoço para baixo, uma trasqueostomia é feita para que respire. 8 dias depois sai do coma imobilizado, mudo, sentado numa cadeira de rodas, o corpo encurvado, as mãos embutiam para dentro como uma ave de rapina. Babando constantemente, volta ao ataque. Balbuciando, sua enfermeira escreve seus textos, desta vez, o alvo é o líder Fidel Castro que o chama de criminoso vulgar. Esculacha Jânio Quadros por ter condecorado Che Guevara. Conspira contra João Goulard com seu amigo íntimo, o coronel Vernom Walters, representante da CIA na América Latina. Castelo Branco, assume a presidência depois do golpe de 1964. O decreto de Castelo Branco, limita o número para 5 estações de televisão, nessa data, começa a desmoronar a Rede Associados de Televisão, nasce a Rede Globo, bancada pelo Time Life. Desesperado, em busca de sua cura, procura as forças do além. Aparece um tal de Nero de Cavalcanti dizia receber o espírito de Nero, o imperador Petrônio, Atila e Messalina, misturando pólvora, éter e sangue de galinha, fazia os feitiços, para que Chato voltasse a caminhar . Como seu tratamento não deu resultado, mandou publicar no jornal, que Nero era um vigarista que se aproveitava da boa fé alheia. Um mês antes, a revista O CRUZEIRO, publicava que Nero era o maior fenômeno espiritual. Desta vez procura Zé Arigó, conhecido por receber o espírito do Dr, Fritz, amparado e segurado pelos braços, Zé Arigó, o colocou em pé e gritou: - Dr. Assis, hoje o senhor vai andar...ANDA!!! e gritou larguem ele...ao solta-lo, se esborrachou de cara no chão. Estropiado, volta para o hospital, recebe a visita de Dom Elder Câmara, a qual o chama de Carlos Lacerda de saia. Em 4 de abril de 1968, morre de colapso cardíaco. Por coincidência, um dia antes, 3 de abril, eu tinha acabado de chegar ao Brasil. Parece que foi hoje...nada mudou, só nomes, endereços e CPF.

sábado, 13 de junho de 2009

Krig - Há bandolo - Nur - Tar - Mangani Idioma do grito de alerta de Tarzán

Thomas Sastre

Krig - Há bandolo - Nur - Tar - Mangani
Idioma do grito de alerta de Tarzán


O que tem se acompanhado em estes 6 meses? Mirinho tentando organizar a casa, enquanto declarações, comportamento e informações, mostram que as engrenagens dos civismo andam enferrujadas a procura de reparos. Declarações públicas, claras porém confusas criaram uma variante de: uma mentira publicada mil vezes vira verdade. A nova versão: um problema ignorado mil vezes acaba desaparecendo. E por isto que se mantém o hábito de deixar os problemas maiores de lado, para se concentrar no varejo. A arte política de confundir lembra a piada da velinha contrabandista de bicicletas. Uma simpática velhinha pedalava todos os dias pela fronteira de um país ao outro. Até que quatro anos depois foi descoberto que a velhinha contrabandeava bicicletas perante os olhos ingênuos dos tolos.

O PODER ME TRANSFORMA

Uma das características É o caráter quando são indicados para algum cargo público. Arrogância, prepotência e sagacidade política. Apesar de ser criticarem uns aos outros acabam se imitando ou copiando-se. O que não se entende é como uma aldeia que foi sempre pacata e suave, transforme a personalidade das autoridades com tanta rapidez. A empresa está sempre publicando como se degladiam, às vezes com um certo exagero. As diferenças dos secretários sempre querem impôr sua verdade a todo custo.

REDE DE INTRIGAS

O que estamos assistindo abertamente e publicamente o comportamento de secretários que são a cópia perfeita dos burocratas da Gestapo. O que os move é a mesma moral: "Este é meu trabalho, sou profissional no cargo que administro. Nada pessoal, só faço o meu trabalho, e se alguém se atrever a discordar ou se interpõe no que eu estou fazendo. procuro eliminá-lo"Primeiro vem a intriga para depois desacreditar. Não restando outra alternativa que ao ficar isolado acaba se demitindo. Sendo isolado do jogo. Ao final, neste jogo, os acordos políticos vem em primeiro lugar, e depois o município com seus patrocinadores e por último o povão (as massas) que só servem para serem manobradas.
O poder os torna imaculados, esquecendo-se que são farinha do mesmo saco. Será que testando o cargo de secretário os faz sentir-se como no Fausto, acreditando que irão até o Reino das Madres, e verão tudo? Querer que acreditemos que são originais engabelando com frases bíblicas, lamentar que são poucos que os compreende? Ou vir com a mesma baboseira de amor à Búzios não cola mais. Lembrando que em quesito de originalidade, Mirinho é imbatível.As más intenções no cargo público, promover-se, cultuar a personalidade, faz que o mapa dos inconformados e os desconfiados tende a crescer. Além da ignorância, os jornais ainda vivem na idade da pedra apesar dos toscos clichês.Atualmente só se escuta os alaridos dos carentes por um saneamento básico. Um grito selvagem que ecoa na selva política no idioma de Tarzán. Krig-Ha-Bandolo-Nur-Tar-Mangani. Traduzindo, sabe-se apenas que significa:

Cuidado, chefe com as intrigas e mentiras de grande macaco esperto.
Só quer o poder na aldeia!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Lado Branco da História Africana no Continente Americano

O outro lado da história



Thomas Sastre

Será que a Lei Áurea foi uma consagração jurídica de uma situação de fato ou serviu para esconder o maior genocídio da humanidade. Ainda que com constrangedora brevidade, há muitos modos de se narrar a história daqueles milhões de homens e mulheres africanos, que a brutalidade do escravismo arrebatou para a América, no caso, do Brasil.
Jamais se chegará a um padrão de exatidão, mas se calcula que 5 milhões de escravos foram trazidos para o Brasil. Esta cifra aterradora, refere-se também à mortes ocorridas a partir do momento em que populações inteiras eram reduzidas ao cativeiro. Transportados para o Brasil nos navios negreiros, os primeiros e verdadeiros “campos de concentração flutuantes” inventados pelos Portugueses e Espanhóis.

Genocídio

Mais de 50 milhões de pessoas foram feitas escravas e sistematicamente assassinadas nos últimos cem anos. De 1915 a 1923, os turcos otomanos mataram 2 milhões de armênios. Os nazistas liquidaram 6 milhões de judeus e 3 milhões de prisioneiros soviéticos. Mao Tsé-Tung mandou matar 30 milhões de chineses. O governo soviético através de seu dirigente Stalin, assassinou 20 milhões de seus próprios cidadãos. Nos anos 70, o Khmer Vermelho, matou 2 milhões de cambojanos. Considerando-se apenas números, estes fatos fazem do século XX, o período mais sangrento da história humana.
O que significa genocídio ?
O historiador Raphael Lemkin, de origem polonesa, em 1944 inventou o termo “genocídio”, derivado da palavra grega “genos”, que significa tribo ou família e “cide”, raiz latina que quer dizer matar. Hoje toda a sociedade condena no mundo através da ONU , estes crimes considerados destruição deliberada de um grupo racial, étnico e religioso, mas esquecem de citar que o ocorrido no Continente Africano.

Os maiores crimes cometidos pela humanidade

Desembarcando em portos legais ou clandestinos que serviam de base e entrepostos, com o aval da igreja católica, os navios negreiros circulavam no vasto litoral brasileiro. Colocados em quarentena e maquiados eram vendidos nos mercados. Três fases marcaram a trajetória da escravidão africana no Brasil. A primeira delas estende-se do início da colonização até o século XVII. Período em que se estruturava no país a plantação açucareira. Uma segunda etapa, vai do século XVII até 1791. Caracteriza-se pelo surto da exploração das minas de ouro e diamantes O último período, que já tinha atingido seu ponto máximo: 3 milhões de indivíduos, vai de 1791 até 1888, período que foi marcado pela expansão da economia cafeeira.
As elevadas taxas de mortalidade em diferentes momentos da história do tráfico, deviam-se à violência e brutalidade exercida por ocasião da captura, à desnutrição provocada por uma alimentação deficiente, aos castigos corporais, aos abortos e altíssima mortalidade infantil, à epidemias, suicídios e assassinatos praticados por tentativa de fuga; E certamente também ao abalo psicológico, à desestruturação pessoal causada pela separação dos pais, filhos, linhagem, habitantes de uma mesma aldeia, tensões provocadas pelo convívio forçado com africanos de outros grupos étnicos, muitas vezes apartados por inimizades ancestrais.
Havia uma política deliberada de misturar indivíduos das mais variadas procedências, com o intuito de evitar qualquer coesão grupal e assim minimizar os perigos da insubordinação e da revolta. A escravidão a todos procurava dessocializar, despersonalizar de todo. Tentava destruir a identidade, as funções e os papéis sociais, reduzindo cada indivíduo a um denominador comum: ele se tornava simplesmente escravo.

Marcas de escravo Os proprietários e os consignatários mandavam aplicar com ferro em brasa seu monograma ou outras marcas nas coxas, no peito, nos braços ou nas costas dos escravos. Estas marcas de sujeição e aviltamento se referiam a profissionais especializados e eram feitas nos portos de embarque do litoral africano. Com isso, cumpria-se a exigência da coroa portuguesa de trazer os escravos no corpo, o atestado do pagamento dos direitos de importação. Aos monogramas, acrescentava-se uma pequena cruz no peito, pela aplicação de ferro incandescente, que designava cristamente os que recebiam na África antes de viajarem para o Brasil, o sacramento do batismo.
A igreja passava a dar sua contribuição ao processo de fragmentação do escravo, procurando eliminar suas práticas religiosas, vista como “fetichistas” substituindo-as pelo culto católico.

O Catolicismo Tornar-se cristão, expressar-se na língua do Senhor, saber rezar ao Deus dos cristãos e executar um trabalho útil : eis o triplo aprendizado a que deveu submeter-se o escravo. A igreja apoiava a sociedade escravista para ensinar a resignação e a submissão à ordem estabelecida. Ela apregoava aos escravos, que a felicidade no céu só podia ser alcançada, talvez, após uma vida de privações castigos e punições.

Onde foram parar os negros da Argentina ? O comércio negreiro na Argentina durou entre o século XV e XIX. A abolição foi em 1853. Num censo de 1778, a população negra chegava a 54% em algumas regiões argentinas. Em 1887 cai para 18%. A dizimação está ligada à guerra dos espanhóis com os ingleses, no fim do século XVIII. Nelas morreu uma boa parte dos negros engajados como soldados. Mais tarde no processo de independência, em 1816, foram formadas companhias apenas de negros conhecidas como os “Batalhões dos Libertos”. Com as promessas de liberdade eles ocuparam as posições mais perigosas e morreram quase todos. Outro motivo para o sumiço foi uma epidemia de febre amarela em 1871. Os negros libertos, vivendo em condições de extrema miséria em guetos, foram os mais afetados. Com medo da epidemia se alastrar entre os brancos, foram impedidos de sair dos bairros em que habitavam. Negada a assistência médica e confinados, morreram todos.
Além da dizimação na prática, a Argentina organizou uma na teoria, registrando todos os descendentes de escravos como brancos. O processo ficou conhecido como “Política de Branqueamento” e foi praticado no início do século XIX. Para o governo argentino, o desenvolvimento e o progresso do país estava atrelado à cor da pele da população. Muitas mulheres negras, com a ausência de homens da mesma etnia, casaram-se e tiveram filhos com brancos, inclusive com imigrantes europeus, que começaram a desembarcar no país na metade do século XIX. Seus filhos, embora tivessem traços negros comprovados, eram registrados como brancos. As estatísticas assim, acabaram registrando um sumiço repentino de toda a população negra da Argentina.
Dizem os historiadores: todo argentino que não seja descendente de indígena tem um traço de sangue negro, mesmo em pequenas proporções.
O ritmo que traduz a alma argentina conhecido como ritmo tango deriva de um ritmo africano conhecido no cais do porto de Buenos Aires, como tangana. Um dos primeiros conjuntos primitivos a tocar tango, no fim do século XIX, foi sem dúvida alguma a formada por um negro chamado Casimiro Alcorta ao violino e um mulato de nome Sinforoso no clarinete. Esse ritmo passou a ser sofisticado através da orquestração e conhecido no mundo inteiro.

Uma cultura milenar Há diversas línguas e religiões diferenciadas, por exemplo: povos islamizados como os Haussas, os Mandingas, os Fulas e os Tapas eram misturados com os Bantús e com a população sudanesa de fala Iorubá e Fon, procedente da Nigéria, de Benin e Togo. Sua religiosidade se expressava na adoração aos orixás e voduns, vistos como forças da Natureza, divinizados por deuses tão ricos em cultura e sabedoria como os deuses da Mitologia Grega.
Escultores de grande valor artístico, de suas oficinas saiam adornos em ouro, marfim, coral, búzios, couro, ferro e bronze, produções de altíssimo valor estético. O ocidente só soube reconhecer e valorizar esta arte, depois que os artistas cubistas por ela se interessaram.

É declarada extinta a escravidão no Brasil Se fizermos um estudo da história dos povos americanos, verificamos que foi o Brasil, o último país a dar a liberdade aos escravos. Em alguns paises latino-americanos a abolição estava diretamente ligada à própria noção de liberdade civil pois não havia grandes interesses materiais na escravidão. Eram paises de agricultura incipiente cuja riqueza não dependia essencialmente do trabalho escravo. O Brasil e os Estados Unidos se encontravam em oposição àqueles, pois ao se tornarem independentes sua riqueza repousava na mão de obra escrava. O problema norte-americano foi resolvido de forma abrupta e violenta. Condições naturais e econômicas reagiram poderosamente sobre o meio social norte-americano. Elas vieram a determinar a Guerra de Secessão e a precipitar a abolição da escravatura nos Estados Unidos. Antes de acabar com a escravidão, o Brasil procurou acabar com os escravocratas, dando início a um movimento geral de opiniões. Espalhou-se através dos órgãos de comunicação da época: imprensa, parlamento, clubes, políticos, igrejas, escolas e até mesmo no seio das famílias, uma propaganda para que os senhores de escravos espontaneamente desistissem de seus direitos legais sobre os cativos.
A partir de 1879, o problema da libertação dos escravos apaixonava a opinião pública. De Norte a Sul do país, começaram as inúmeras alforrias voluntárias. O presidente do Ceará Sátiro Dias em março de 1884, extingue a escravatura naquela província. A seguir, em 10 de julho, Teodulo Souto, presidente do Amazonas, imita seu gesto. No Rio Grande do Sul, em 18 de setembro, em comemoração à rendição de Estigarribia, em 1865, são alforriados todos os escravos do município de São Borja, Uruguaiana, Conceição de Arroio e Viamão. Em 16 de outubro é a vez da cidade de Pelotas que de uma vez, liberta cinco mil escravos. Em 28 de setembro de 1885, um projeto conhecido como Dantas Saraiva é aprovado pelo gabinete chefiado pelo Barão de Cotegipe que assina o Decreto de número 3.270, concedendo a liberdade aos escravos de mais de 70 anos. Mais uma vez o gabinete conservador ampliava o caminho para a abolição. A agitação abolicionista se infiltrava nos meios eleitorais até atingir a maioria parlamentar. Nessa ocasião o jornal O País, publica uma correspondência de Joaquim Nabuco, em que ele relata uma palestra que tivera com o Papa Leão XIII. Impressionado com o que lera, João Alfredo, determina que o ministro da agricultura Rodrigo Silva apresente na seção de 8 de maio o seguinte projeto:

Art. 1º – É declarada extinta a escravidão no Brasil.
Art. 2º – Revogam-se as disposições em contrário.

Joaquim Nabuco requer então que seja designada uma comissão para estudar o projeto, que é remetido ao Senado no dia 11 de maio. No dia 13 de maio, a Princesa Isabel converte em Lei o projeto, que é aprovado com 83 votos contra 9 e no palácio da cidade é sancionada a Lei Áurea. Era a consagração jurídica de uma situação de fato.

O inoportuno pedido de perdão do Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em recente viagem à África, pediu perdão em nome do Brasil, pelo genocídio cometido com os negros.
Quem tem que pedir perdão, se é que um dia serão perdoados, são os portugueses e os espanhóis. O que o presidente tem que fazer em vez de buscar o perdão é cultivar a cultura da democracia. Afinal de contas o Brasil tem 75% da população com sangue africano.
Quando os governantes se referem ao Museu do Negro, tem que se pensar numa casa na qual se cultive a democracia , a tolerância, a invenção e o conhecimento, a reflexão e a mudança, pois existem culturas a combater: a cultura do medo, da indiferença, da violência, do racismo, a cultura da discriminação racial, social, etária, sexual, a cultura de qualquer preconceito. Todas estas culturas devem ser combatidas e abolidas com a ciência, com a arte, com a religião, com técnicas de fazer cinema, vídeo, poesia, música, literatura, artesanato e a indústria cultural, com a comunicação oral e com tudo o que faz valer a diferença.
No Brasil são 180 milhões de falantes da língua portuguesa. Português que alguns preferem chamar de Brasileiro, uma língua flexível, ágil, que tem liberdade em relação da língua falada em Portugal, que há 500 anos se enriquece à luz dos trópicos. È nessa língua que se forma uma literatura ao mesmo tempo singular e plural, reconhecida em todo o mundo através de nobres representantes negros.

“ A verdadeira, a suprema força d’arte está em caminhar firme, resoluto, inabalável, sereno através de toda a perturbação e confusão ambiente, isolado no mundo mental criado, assinalando com intensidade e eloqüência. O mistério, a predestinação do temperamento.”
O emparedado Cruz e Sousa
Gênios Negros da Literatura

Mastros, procelas, condores, grilhões, uma poesia adolescente ardente de indignação. È febre. Castro Alves chicoteia a mancha vergonhosa da escravidão. O povo o amou.
O poeta Cruz e Souza, em seu livro Missão, é o mal estar do fim do século. Sim, havia que sentisse este mal estar no Brasil.
E veio Machado de Assis, a maturidade da literatura continental em plena cidade insalubre do Rio de Janeiro. Perverso, letal e inesperado como todos os gênios escrevendo sobre imbecis.
O negrinho era malcriado, bebia demais e se metia a escrever sobre generais e presidentes. Não perdoava ninguém. Esse era Lima Barreto, que fez o romance brasileiro entrar no século XX.
Euclides da Cunha, o mulato que entrelaçou sua literatura à própria vida na tragédia brasileira.Viu a gentinha humilde ser massacrada na terra seca do Nordeste e na terra úmida do extremo Norte.
Essa escrita em terras brasileiras, foi herança dos colonizadores que traziam sua língua e sua cultura conhecida como “a cruz e a espada”.
Em qualquer tempo em que surja qualquer fusão musical-cultural, qualquer som que venha a ser no futuro, haverá nele uma blue note, um tango, um jazz, um samba, um mambo, uma salsa. Estes ritmos marcaram a grande aventura musical que se iniciou no dia em que o negro pisou nas terras da América.
De acordo com J.C.Capinam, poeta e historiador, os verdadeiros representantes da cultura brasileira, são os vencedores sobreviventes dos campos de concentração flutuantes dos navios negreiros e os índios, que lutaram para que a cultura brasileira não resultasse apenas de uma imposição européia, de uma única contribuição, mas sim de uma grande mescla, tornando a cultura brasileira a diversidade mais bem sucedida do planeta.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vão-se os gatos, passeiam os ratos


Por: Thomas Sastre
Ao que parece, tudo indica que as coisas do nosso interesse só caminham bem se forem prestadas algumas “gentilezas” às pessoas de quem dependem a solução. Hoje a sociedade não está muito preocupada com quem quer trabalhar e produzir. Se não entrarem em um esquema qualquer, não terão chance ou espaço. Afinal das contas:” carro que chia quer untura.”
Foi aberta a temporada da caça aos ratos. A medida que a sociedade está se organizando através de associações, ficando mais esclarecida os roedores do dinheiro público cada vez estão com mais receio. Mas os roedores, do reino animal, estão se proliferando cada vez mais no município. Vocês tem reparado porque tem surgido uma quantidade de cobras em tudo que é lugar? Escolas públicas, pousadas, casas de família, e principalmente em terrenos descampados. A falta de higiene esgotos a céu aberto barracões de obras abandonados e lixos jogados nos matos faz com que as cobras venham em busca do seu alimento predileto o rato. Apesar da saúde pública manter equipes de combate ao roedor, não tem sido suficiente. Pedir a colaboração dos moradores é como pregar no deserto. A doença causada pelo rato é a Leptospirose que é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada leptospira.
As leptospiras são bactérias eliminadas pela urina de ratos e outros animais, contaminando os esgotos, as tocas dos animais, o solo e alimentos. Durante as chuvas fortes, os rios, córregos e a própria rede de esgoto transbordam, aumentando assim a possibilidade de contaminação.
No ano 60 a China, um dos países mais populosos do mundo, iniciou a caça aos ratos. Moradores se dividiam por quarteirões, eliminando o roedor.
O governo gratificava os bairros que mais matassem ratos. Aqui em Búzios, pode ter diminuída a proliferação, mantendo as áreas verdes limpas e uma coordenação eficaz do serviço público e a saúde pública ser rigoroso na fiscalização de alimentos. Acredito que esclarecendo e unindo a população com cartilhas de higiene no combate ao roedor diminuiremos esta praga que não terá como escapar.

O rato que atende pelo nome de Recurso
A praga da impunidade, por que eles não ficam presos?
Uma questão crucial quando se trata de pôr fim à impunidade, é a existência de uma infinidade de recursos legais faz com que o rato do erário público escape. Entra em operação uma engrenagem destinada a evitar a todo custo sua condenação. A peça principal dessa engrenagem atende pelo nome de RECURSO. É por onde o rato escapa. Conheça o passo-a-passo de um processo de caça ao rato humano.
1º - Diante de uma denúncia a policia abre um inquérito e dá inicio a investigação.
2º -Encontrados indícios de culpa o inquérito é enviado ao ministério publico, nessa etapa o acusado pode atrasar a investigação com um pedido de liminar(recusando-se a depor por exemplo.)
3º -O Ministério Público denuncia a investigação à Justiça que marca o julgamento. Caso ele resulte em condenação, o acusado pode recorrer a um tribunal de segunda instância.
4º -Se esse segundo tribunal mantiver a sentença, o acusado tem a possibilidade de entrar com um Recurso Especial no Superior Tribunal de Justiça, e ao mesmo tempo com um Recurso Extraordinário no Supremo Tribunal Federal.
5º Anos podem se passar até que o Supremo Tribunal de Justiça julgue o processo: por meio de dispositivos como agravos, embargos e mandato de segurança, a defesa vai protelando o julgamento. Nesse período o acusado continua em liberdade conseguida mediante sucessivos Hábeas Corpus impetrados por seus advogados.
6º - O Supremo Tribunal de Justiça finalmente julga o caso. Ainda que mantenha a condenação, o processo tem que ser enviado ao Supremo Tribunal Federal para que o tribunal aprecie o pedido de Recurso Extraordinário. De novo a defesa pode entrar com pedido de agravos e embargos para atrasar o andamento do caso.
7º -Enquanto aguarda o veredicto final, o acusado continua em liberdade. Com o volume de processos acumulados no Supremo Tribunal Federal, um caso polêmico pode levar até 15 anos para ser julgado dependendo da situação a essa altura o crime já prescreveu e o rato escapa da ratoeira.
Diz o ditado popular” a ocasião faz o ladrão”, os ladrões do dinheiro público estão fazendo a ocasião.
Acabar completamente com a imoralidade publica é uma meta difícil. O que é possível fazer é conseguir chegar ao nível de corrupção que corresponda apenas a fraqueza inerente da condição humana.

METAMORFOSE AMBULANTE

Por Thomas Sastre

_Se hoje eu te odeio/Amanhã lhe tenho amor/Não sei quem eu sou/Lhe tenho horror/Lhe faço amor/.....Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes...

Quando derrotado o governo de Mirinho Braga, pelo seu sucessor Toninho Branco, Búzios passou quatro anos por uma profunda crise, não só boçal, mas moral. A certeza do sonho de uma nova Búzios, de Toninho, virou pesadelo, e deu lugar a sentimentos de derrota e incompetência. Os fantasmas nascidos no campo de batalha político pareciam assombrar a vida de todos. A falta de comunicação num município dominado por uma forma patriarcal, pobre de recursos, inculto, onde as quadrilhas políticas gravitam nas periferias, entorno das casas-grandes, gerada pela mentalidade caipira, preconceituosa, provinciana, dividida insestuosamente, em sua única diversão que é ver o mato crescer, jogar lixo e esgoto na rua, sem uma classe esclarecida, onde se apoiar fizeram com que as doutrinas políticas se diluíssem nos meios políticos.
Foi em meio a toda essa crise e clima de incertezas que nasceu e se projetou o jornal Primeira Hora. Como um caçador a procura de sua presa, as reportagens são caracterizadas com arte do instinto perverso do subjetivo e da fantasia. Em sua primeira fase o Primeira Hora encontrou no terror o estilo ideal para destruir Mirinho Braga e seus aliados, satisfazendo assim a equipe de Toninho Branco, a qual ele servia. As críticas e acusações ao governo Mirinho , as vezes até mesmo pessoais e familiar, são exploradas com riquezas de detalhes, um padrão técnico do editor, forçando assim o jornal a ser aceito socialmente pela equipe de Toninho galgar degraus para ter seu pedaço de bolo garantido na partilha das secretarias .Ao contrário do que se poderia imaginar seu pagamento final foi um “chega-pra-lá”(traições em tempo de campanha políticas são infantis, em relação as traições quando uma vez eleito).Depreciado e amargurado tenta seu apoio em outros municípios da região. Sem nenhum retorno, o referido jornal, compenetrado da necessidade de falta de apoio ao Mirinho, se atira abertamente em seus braços. Passa do amor ao ódio por Toninho e tudo que possa representar o governo e sua equipe. Esquecendo que o ódio aprisiona as pessoas ao seu passado.
Os personagens criticados são descritos como se pertencessem a um universo paralelo. Suas ações como se fossem comandadas por forças do além. Nenhum deles parece ser dono do seu destino. Não há críticas naturais. Tudo é intenso, abrupto, e autônomo. O povão inculto, dependente por vocação gosta e se deixa influenciar, surgindo novos críticos literários, e balzaquianas reclamonas. Ao ver-se livre de sua sócia fundadora o Primeira Hora segue o caminho da fácil conquista:Um programa de rádio. As locuções, junto a seus lumpens amestrados se intitulam as vozes messiânicas da esperança adotam declarações nobres. Uma nova versão de um Moisés AM em ondas curtas. Combate aquilo que representa o mal segundo se julgamento, até ver o destino do trem no fim da linha. O custo de tudo isso?Uma secretaria e emprego para toda sua equipe do jornal, merecidamente.
Nomeado editor chefe do gabinete de Planejamento e Orçamento “não pode mais editar....”
A nova cara do jornal promove o trabalho do Gestor e cultua a sua personalidade “um matrix, versão 2009”. Acusações e denúncias são inspiradas na primeira fase do jornal, quando denunciava os supostos descalábrios do governo de Mirinho pra enaltecer Toninho e seus eleitores,(a ordem dos fatores não altera o produto).
Jornais com fins políticos querem ser sempre admirados. Estão sempre pulando de bote em bote, acreditando que podem revolucionar. Passam a ver seus próximos como inimigos e tentam destruí-los tornando-se intrigueiros.Há quem acredite que da admiração nasce o respeito, mas da admiração também nasce a intriga e a inveja.Quanto maiores as diferenças mais esses dois componentes, inevitavelmente predominam.Isto traz para o relacionamento político e social um elemento destrutivo, implicância e hostilidade para pequenas coisas.Acaba, desta forma, com qualquer relação político-social , desagradavelmente.
A história ensina que muitos políticos precisam da mídia, da imprensa para clamar contra sua própria espécie, como se a ela não pertencessem, enquanto se encarregam de reproduzi-las nos bastidores. O político historiador Salustio (86 - 35AC), resumiu dessa maneira a decadência do império romano: “Em Roma tudo está a venda”, Salustio o moralista, que pregava a honestidade pública, também ganhou fama por ser um grande corrupto. Por isso não se deve acreditar em declarações e publicações com fins políticos.Nestes casos, só em ações, o resto é cacofonia, cinismo puro.

O primeiro emprego político a gente nunca esquece !

Por: Thomas Sastre

Para se governar com sabedoria, o bom pastor deve tosquiar, mas não esfolar as suas ovelhas. Não se destrói, em troca de resultados imediatos, aquilo que nos pode trazer maiores benefícios futuros. Diante de tanta mistificação que anda por aí hoje em dia, o que o município de Armação dos Búzios precisa é que as pessoas vejam a verdade e digam a verdade. Será que sempre a verdade de cada um é incompleta e distorcida até por interesses próprios? Ao que parece se formou um ambiente malsão que domina sobretudo o jogo miúdo ou graúdo dos interesses pessoais. Há hoje no município uma pequena parcela de espertos, a enganar uma larga maioria de ingênuos ou desinformados.
O filósofo Augusto Conte dizia que os vivos são cada vez mais governados pelos mortos. Mas o Barão de Itararé, humorista dos anos 30, corrigiu-o lembrando que os vivos são cada vez mais, governados pelos mais vivos. Do jeito que estão as coisas, a piada do barão tornou-se mais sábia que a observação do filósofo.
Búzios sofre muitos processos de mistificação. Há pessoas que mistificam as outras de forma deliberada e outras que mistificando ou deixando-se mistificar o fazem involuntariamente. O ambiente político é complexo, confuso e mutável e nele movem-se sacerdotes da oposição. Não só da oposição, da situação também. Vamos ser justos: Cada um considera única a sua verdade ou então entoa a ladainha de que o povo é o povo, é a oposição e nós é que estamos certos. É próprio da natureza humana que cada um, usando seus argumentos, tenha sempre como pano de fundo uma única preocupação contida numa frase: "E COMO É QUE EU FICO?".
O prefeito Mirinho Braga por sua experiência como profissional da política, sabe e entende muito bem o que realmente quer os cidadãos buzianos, reconhecendo que o caminho do diálogo é uma evolução, uma virada histórica. Não se pode governar trancado com decretos, pra o povo que está do lado de fora da porta, Há que abri-la com transparência, porque pra quem no o faz o povo ensina a abrir. Democracia é lei, e fora da lei é selvageria!
A falsidade de uma atitude política perante a sociedade pode criar uma nova espécie, e liquidar a outras espécies, reconhecer a inverdade como condição de vida é querer impugnar de maneira perigosa as idéias tradicionais. Infelizmente os governantes acabam-se perdendo nos labirintos das políticas partidárias matreiras, e nas delícias do “radical chique”.
O prefeito ao anunciar o retorno da Secretaria de Meio Ambiente independente, dá mais credibilidade, respeito e coerência a seu governo, já que vai precisar de um órgão executor que acompanhe a materialização das políticas por ele adotadas.
Moderno é pensar na cidade funcionando junto com o meio ambiente, sem agredi-lo e utilizando seus recursos para ganhar dinheiro. Porém a independência de cada Secretaria é fundamental para garantir que sejam consideradas as visões de cada uma.
Assim como é generoso com seus amigos o prefeito tem que ser com a sociedade esclarecida, que é o único caminho para manter sua credibilidade, e que se usem palavras distorcidas para esconder as verdades. Não esquecendo que a personalidade psicopata é muito freqüente nos governos. Diagnosticadas nos ambientes sociais que uma vez nomeado para algum cargo público, sobretudo, quando este está bem próximo do poder maior , em qualquer esfera, querem ser mais do que o próprio titular do referido poder, revelam-se por inteiro a doença e os sintomas mais freqüentes do psicopata, que são: poder ; status e diversão.Ao me referir ao termo psicopata, não emprego o termo como insulto de caráter moral, mas como um diagnóstico que pode ser diagnosticado por um psiquiatra, ou até mesmo pra observadores mais atentos.
O medo de perder dessa gente, esse apego ao poder, lembra a frase: “fora do poder não há salvação.” Mas acredito que pela forma do comportamento, todos eles acabarão falando sozinhos. Com o quadro político serenado, vai-se voltar a examinar as divergências existentes em busca de soluções para os impasses que desafiam o município, tais como credibilidade e saneamento básico.
Prestem muita atenção senhores políticos: o passado é a memória, o presente é a realidade e o futuro é ficção. Por isto temos que procurar entender que as negociações são inerentes à vida democrática. A conciliação é um objetivo que sempre se deve buscar, entretanto, pode camuflar artimanhas das mais sutis, mesmo que tudo se centre nos partidos ou na Câmara Municipal - o fórum mais adequado ao entendimento.
O essencial é estar preparado e idoneamente, com certo cuidado, afinal de contas é perigoso ser honesto. Separemos aquilo que visa o futuro da cidade daquilo que visa com esperteza os lucros imediatos e interesses pessoais.
Lembrando aos senhores que a prefeitura é uma empresa na qual o povo é o acionista principal e tem por lei e direito exigir seus dividendos.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Thomas e o Senador


Thomas e o Senador Cristovam Buarque PDT